BIENAL DO RIO 2013 - domingo 1-9 - Pavilhão Verde
Hoje foi um daqueles dias que o céu conspira a nosso favor.
Não choveu. A tarde esteve amena e a Bienal do Rio estava apinhada de gente querendo ver e falar com os escritores, com os palestrantes, com os mais badalados... os mais prestigiados... Os novatos, que não puderam publicar com Editoras famosas... são incógnitos!
Ficam incógnitos por detrás do seu estande, esperando a curiosidade dos que vão passando, olhando aleatoriamente... indiferentes aos anos de sacrifício puxando pela imaginação para escrever o seu romance... os seus poemas... enfim, mostrar e expor a sua Arte.
Não importa o talento. E quanto talento escondido por detrás da Editoração pessoal. Diga-se abono da verdade, que até mesmo as Editoras menos conhecidas desnudam um 'pobre escritor', levam-lhes o 'couro e o cabelo'...
Paro naqueles estandes que não têm ninguém e bato um papo com os autores. Ouço a sua história. Compro um livro que me parece interessante, por simpatia me dão outro de presente, para que eu possa ler e propagandear... Outros me oferecem CD's das suas obras mais antigas, esperando que eu compre as mais recentes... Também há aqueles que me pedem para trocar com um dos meus... Me emociono com cada um dos anônimos que sonham ser 'Best Seller', como eu ainda sonho... e sonharei até conseguir. Como um Saramago, (de saias) que tanto escreveu e lutou 'pelo seu lugar ao sol' e o seu dia de NOBEL chegou.
"Nunca desista dos seus sonhos" - Augusto Cury
Até quando cada um dos escritores incógnitos e os aspirantes da nobre arte da escrita, terão que lutar para serem lidos... ouvidos e... acreditados? Como eu costumo dizer de mim para comigo mesma:
Insista... insista... resista... mas nunca desista!
Depois de participar dum Sarau de poesia para os 'nobres visitantes', regresso a casa com mais bagagem para alguns contos de casos verídicos e emocionantes.
Tento começar a escrever algo no computador, mas o sono me aborda e vou me deitar, sonhando com este dia tão comum e tão deliciosamente raro.
Adormeço...
Adormece a caneta em cima duma folha ainda em
branco.
A inspiração adormecida pediu um tempo para pensar.
A vida parou por alguns segundos e o movimento do pensamento está
imobilizado, alheio ao tempo que passa...
Há um retrato antigo esfumado.
Um
sopro de vento acorrentado.
Uma lágrima parada no canto do olho.
Um sorriso que despenca dos cantos da
boca.
Uma imagem parada num porta-retratos.
O pensamento que se esquiva às dores da alma.
E nem a terra macia se atreve a deixar as sementes brotar.
Os dias estão estáticos de inutilidades, ausências de desejos, sonhos,
recordações...
Nada se vislumbra ao redor...
Apenas o Tic-Tac do relógio nos adverte que o tempo não pára... nem
volta para trás!...
By@
Anna D'Castro
(in "Memórias dum
Pensador")