AS PALAVRAS COLABORAM COM A VELA DA PAZ - 2013

AS PALAVRAS COLABORAM COM A VELA DA PAZ - 2013
TRAZIDA DA ILHA DA SEREIA - LINDALVA

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

PRIMAVERIL



Vesti-me de flores e deixei a minha alma em festa para saudar a Primavera.

Deitada na grama à sombra dum Ipê florido olhando as nuvens brancas naquele céu tão anil, com os lilases brilhando em cada botão de rosa esperando a noite cair até chegar o luar...

Os olhos fitos para além do horizonte numa planície de borboletas multicores, malmequeres azuis e cravos vermelhos...

Penso num pequeno e belo poema de António Correia de Oliveira e sorvo o ar da Primavera...

“Eu não sei o que tem o sol
Na primavera de manhãzinha
Não sai mais do meu beiral                     
Como se fora andorinha...”



... ... ...

Com a ternura da Primavera, as flores falam com as aves aliciando-as com o seu néctar de amor... e as crianças com seu riso cristalino saltitam felizes pelos jardins odorosos e coloridos...



A noite cessou.
O sol resplandeceu.
A avezinha cantou.
A flor desabrochou.
Uma janela se abriu.
Um menino nasceu...
...acordou, olhou e sorriu...
Era Primavera!



By@
Anna D'Castro

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Todos Direitos Reservados
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.

sábado, 21 de setembro de 2013

A VIDA COM O SEU ETERNO FAZ DE CONTA E A MORTE DOS SONHOS ADIADOS...


 A morte dos sonhos adiados!

A Vida dos nossos dias são um eterno faz-de-conta...
Faz de conta que somos felizes...
Faz de conta que está tudo bem...
Faz de conta que não existem problemas...
Faz de conta... faz de conta... faz de conta...

- Finalmente descobri que quando estou mal bloqueio... bloqueio o que me rodeia... me desligo e fico numa semi-apatia não querendo ver, nem ouvir ou falar com alguém... Fecho-me, isolo-me e fujo até de mim...

Mas houve um tempo que não era bem assim, conseguia fazer de conta que driblava tudo e revertia as situações. Anos e anos fazendo de conta que não chorava, que os problemas iam e vinham sem que para mim apresentassem dificuldades que eu não conseguisse resolver...

O tempo em que o sol me nascia entre os dedos... Bebia a vida sequiosamente... Tropeçava no riso... Abraçava a noite molhada de palavras e as sombras se abriam... As noites brilhavam e as palavras ecoavam vibrantes e o Céu era o meu Universo sempre aceso...

Anos e anos a fio fazendo de conta que era uma fortaleza e que não iria dar parte de fraca, nem ninguém me iria ver chorar. Me auto convencia que era superior e invencível à dor... Fazia de conta que era como um Dom Quixote de Saias, alimentando os meus Moinhos de Vento, com uma couraça de alegria...

Depois duma infância de rejeições e cruéis agressões, o desejo de ser feliz era como que uma necessidade imperiosa, eu me cobrava demais e as coisas nem sempre corriam de feição, mas tentava ignorar e fazia de conta que iria dar certo...

Adiei meus sonhos de realização pessoal, deixei minhas artes de lado, para cuidar dos filhos, sem arrependimentos, mas com muitas cobranças...

Sempre me cobrei e lhes cobrei, para que tudo fosse certo e correto demais, como se tivesse o dom da perfeição... Deixei de pensar como ser humano falível... Fiz de conta que era infalível... Ah, ledo engano!

Mas o tempo foi-se esvaindo por entre os dedos... E quando todos os silêncios se transformaram em gritos e quando a noite começou a descer sobre o pensamento, não houve música, nem carícias que aliviassem a tristeza e o pesadelo imenso ao acordar e descobrir que o mundo era o mesmo da noite anterior, que me fazia sentir como uma escrava indefesa perante o "tronco," para ser açoitada... O riso murchou... As sombras se fecharam cada vez mais, as palavras ficaram gritando desilusões ao vento... O pranto rompeu as lágrimas que se gotejavam em sangue e o meu mundo caiu...

O meu "armazém" encheu e deixei de conseguir fazer de conta, quando me dei conta que não tinha sido o peso do sonho que fechou meus olhos, mas sim uma dor imensa e indescritível:

-  A morte dos sonhos adiados!

 
..e as lágrimas gotejavam sangue...

E foi aí que parei de conseguir o joguinho de fazer de conta, por muito que tente não dá mais...

..."vivo ao relento contando estrelas...
sonhando com Tágides...

Ninfas tão belas!"...

By@
Anna D'Castro

Creative Commons License

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

CRÔNICA DUMA VIDA QUASE REAL

             

  BIENAL DO RIO 2013 - domingo 1-9 - Pavilhão Verde
         

                    Hoje foi um daqueles dias que o céu conspira a nosso favor.

             Não choveu. A tarde esteve amena e a Bienal do Rio estava apinhada de gente querendo ver e falar com os escritores, com os palestrantes, com os mais badalados... os mais prestigiados... Os novatos, que não puderam publicar com Editoras famosas... são incógnitos!

             Ficam incógnitos por detrás do seu estande, esperando a curiosidade dos que vão passando, olhando aleatoriamente... indiferentes aos anos de sacrifício puxando pela imaginação para escrever o seu romance... os seus poemas... enfim, mostrar e expor a sua Arte.
             Não importa o talento. E quanto talento escondido por detrás da Editoração pessoal. Diga-se abono da verdade, que até mesmo as Editoras menos conhecidas desnudam um 'pobre escritor', levam-lhes o 'couro e o cabelo'...

              Paro naqueles estandes que não têm ninguém e bato um papo com os autores. Ouço a sua história. Compro um livro que me parece interessante, por simpatia me dão outro de presente, para que eu possa ler e propagandear... Outros me oferecem CD's das suas obras mais antigas, esperando que eu compre as mais recentes... Também há aqueles que me pedem para trocar com um dos meus... Me emociono com cada um dos anônimos que sonham ser 'Best Seller', como eu ainda sonho... e sonharei até conseguir. Como um Saramago, (de saias) que tanto escreveu e lutou 'pelo seu lugar ao sol' e o seu dia de NOBEL chegou.

"Nunca desista dos seus sonhos" - Augusto Cury 

              Até quando cada um dos escritores incógnitos e os aspirantes da nobre arte da escrita, terão que lutar para serem lidos... ouvidos e... acreditados? Como eu costumo dizer de mim para comigo mesma:

Insista... insista... resista... mas nunca desista!

                    Depois de participar dum Sarau de poesia para os 'nobres visitantes', regresso a casa com mais bagagem para alguns contos de casos verídicos e emocionantes.

                        Tento começar a escrever algo no computador, mas o sono me aborda e vou me deitar, sonhando com este dia tão comum e tão deliciosamente raro.

                         Adormeço... 

             Adormece a caneta em cima duma folha ainda em branco.
             A inspiração adormecida pediu um tempo para pensar.
             A vida parou por alguns segundos e o movimento do pensamento está imobilizado, alheio ao tempo que passa...

             Há um retrato antigo esfumado.
             Um sopro de vento acorrentado.
             Uma lágrima parada no canto do olho.
             Um sorriso que despenca dos cantos da boca.
             Uma imagem parada num porta-retratos.
             O pensamento que se esquiva às dores da alma.
             E nem a terra macia se atreve a deixar as sementes brotar.

            Os dias estão estáticos de inutilidades, ausências de desejos, sonhos, recordações...

            Nada se vislumbra ao redor...

           Apenas o Tic-Tac do relógio nos adverte que o tempo não pára... nem volta para trás!...




By@ 
Anna D'Castro 
(in "Memórias dum Pensador")
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José Saramago - O Nóbel da Literatura Portuguesa

"PALAVRAS PEQUENAS... PALAVRAS APENAS..."

Ando por aí querendo te encontrar... Em cada esquina paro em cada olhar... Deixo a tristeza... Trago a esperança em seu lugar... Que o nosso amor para sempre VIVA... Minha dádiva quero poder jurar... Que essa paixão jamais será... Palavras Apenas... Palavras Pequenas... Palavras de Momento... Palavras ao Vento!... "Cassia Eller"

AGRADEÇO A SUA VISITA À *SEMENTEIRA DE PALAVRAS*...


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...VOLTE SEMPRE... DE CORAÇÃO!