MÁGOAS
Mágoas são ressentimentos guardados a
sete chaves... fechados em gavetas de silêncios... espaços em branco
preenchidos apenas pela tristeza das paredes nuas e frias dos sonhos por
realizar... e que vão gritando um lamento sem resposta ao tempo que passa...
As mágoas que em meu peito ardem... são como
lágrimas amargas que sulcam meu rosto em dias de tempestade agonizante... numa
procura por um corredor iluminado que conduza ao final do labirinto sombrio por
onde vou caminhando...
Tento me encontrar naquela sombra que
avança... descansar num recanto acolhedor do caminho... pensar com algum
carinho naquele amor que um dia foi meu... mas hoje está somente na penumbra
dum passado onde apenas as mágoas imperam e no meu rosto vão-se escorrendo pelos
cantos dos olhos... e vão caindo no abismo escuro do desalento e da
incerteza...
Mas quando procuro em vão... calar em
mim uma voz magoada... o meu corpo se estremece de saudade dos dias em que o
sol brilhou... das noites em que a lua veio beijar meu corpo nu... esperando o
calor dum outro corpo nu palpitante de paixão...
E minhas mãos cansadas vão tateando o
vazio frio onde se escondem os desenganos... e onde a dor é um afago para o meu
corpo dormente... que vai adormecendo com o entorpecer da minha alma...
E esse sentimento carregado da tristeza
que fica em mim... fica em mim presa... com uma profunda emoção... com as
minhas mágoas vai caindo... tal como a chuva que cai na natureza... assim vão
caindo as lágrimas amargas que lavam o meu coração!
By@
Anna
D’Castro
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