Caminho devagar porque a pressa me venceu... um
dia já fui ansiosa esquecida da fadiga. A vida era uma corrida e a esperança de
tudo perfeito era uma exigência que foi naufragando com o tempo da sabedoria.
Hoje exijo uma pressa moderada... dissolvo-me em
outonos primaveris e invernos estiosos, bem mais calmos que os outrora
escaldantes e que foram ressecando as pétalas das rosas, as raízes expostas ao
frio do vento e deixaram suas marcas na pele fresca da juventude.
À minha volta o abandono da fadiga... a
esperança naufragando com o desconsolo da solidão que me faz recordar das
sementes guardadas e hoje transformadas em lágrimas amargas por momentos não
vividos. Ao redor choram rosas famintas de carinhos... as horas vão morrendo
nas trevas antes de chegar o alvorecer, mas nenhuma é igual às que viveram
antes do envelhecer.
Sem pressa quero procurar meu corpo cansado e abandonado
à sorte com a alma ferida que partiu para longe de mim. Vou tentando prender o
tempo da espera que se vai escoando por entre os dedos encarquilhados pelo
soprar tenebroso do vento agreste das recordações.
A vida é breve, mas a pressa é inimiga da
perfeição... colorindo o anoitecer, a calma clama por um espaço nas noites
consteladas, diante da espera da magia do sonho que vai prolongando a doce luz
do renascer.
By@
2 comentários:
Linda poesia!
Escorregas em letras maravilhosas
Beijos
Lua Singular
Desculpe,
Estava logada em outro blog: Mundo dos Inocentes
Beijos
Mundo dos Inocentes
Lá é só para leitura.
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